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Portugal: a maior burla de sempre (até hoje conhecida!!!!!!!)
Foi a maior burla de sempre em Portugal, qualquer coisa como
9.710.539.940,09 €uros!!!
(paga por todos nós, contribuintes, que não podemos reclamar e sem que nenhum
dos conhecidos criminosos tenha sido responsabilizado…)
João Marcelino, diretor do Diário de Notícias, de Lisboa, considera que “é o
maior escândalo financeiro da história de Portugal. Nunca antes houve um roubo
desta dimensão, “tapado” por uma nacionalização que já custou 2.400 milhões de
euros delapidados algures entre gestores de fortunas privadas em Gibraltar,
empresas do Brasil, offshores de Porto Rico, um oportuno banco de Cabo Verde e
a voracidade de uma parte da classe política portuguesa que se aproveitou desta
vergonha criada por figuras importantes daquilo que foi o cavaquismo na sua
fase executiva”.
O diretor do DN conclui afirmando que este escândalo “é o exemplo máximo da
promiscuidade dos decisores políticos e económicos portugueses nos últimos 20
anos e o emblema maior deste terceiro auxílio financeiro internacional em 35
anos de democracia. Justifica plenamente a pergunta que muitos portugueses
fazem: se isto é assim à vista de todos, o que não irá por aí?”
O BPN foi criado em 1993 com a fusão das sociedades financeiras Soserfin e
Norcrédito e era pertença da Sociedade Lusa de Negócios (SLN), que compreendia
um universo de empresas transparentes e respeitando todos os requisitos legais,
e mais de 90 nebulosas sociedades offshores sediadas em distantes paraísos
fiscais como o BPN Cayman, que possibilitava fuga aos impostos e negociatas.
O BPN tornou-se conhecido como banco do PSD, proporcionando “colocações”
para ex-ministros e secretários de Estado sociais-democratas. O homem forte do
banco era José de Oliveira e Costa, que Cavaco Silva foi buscar em 1985 ao
Banco de Portugal para ser secretário de Estado dos Assuntos Fiscais e assumiu
a presidência do BPN em 1998, depois de uma passagem pelo Banco Europeu de
Investimentos e pelo Finibanco. O braço direito de Oliveira e Costa era Manuel
Dias Loureiro, ministro dos Assuntos Parlamentares e Administração Interna nos
dois últimos governos de Cavaco Silva e que deve ser mesmo bom (até para fazer
falcatruas é preciso talento!), entrou na política em 1992 com quarenta contos
e agora tem mais de 400 milhões de euros. Vêm depois os nomes de Daniel
Sanches, outro ex-ministro da Administração Interna (no tempo de Santana Lopes)
e que foi para o BPN pela mão de Dias Loureiro; de Rui Machete, presidente do
Congresso do PSD e dos ex-ministros Amílcar Theias e Arlindo Carvalho.
Apesar desta constelação de bem pagos gestores, o BPN faliu. Em 2008, quando
as coisas já cheiravam a esturro, Oliveira e Costa deixou a presidência
alegando motivos de saúde, foi substituido por Miguel Cadilhe, ministro das
Finanças do XI Governo de Cavaco Silva e que denunciou os crimes financeiros
cometidos pelas gestões anteriores. O resto da história é mais ou menos
conhecido e terminou com o colapso do BPN, sua posterior nacionalização e
descoberta de um prejuízo de 1,8 mil milhões de euros, que os contribuintes
tiveram que suportar. Que aconteceu ao dinheiro do BPN? Foi aplicado em bons e
em maus negócios, multiplicou-se em muitas operações “suspeitas” que geraram
lucros e que Oliveira e Costa dividiu generosamente pelos seus homens de
confiança em prémios, ordenados, comissões e empréstimos bancários.
Não seria o primeiro nem o último banco a falir, mas o governo de Sócrates
decidiu intervir e o BPN passou a fazer parte da Caixa Geral de Depósitos, um
banco estatal liderado por Faria de Oliveira, outro ex-ministro de Cavaco e
membro da comissão de honra da sua recandidatura presidencial, lado a lado com
Norberto Rosa, ex-secretário de estado de Cavaco e também hoje na CGD. Outro
social-democrata com ligações ao banco é Duarte Lima, ex-líder parlamentar do
PSD, que se mantém em prisão preventiva por envolvimento fraudulento com o BPN
e também está acusado pela polícia brasileira do assassinato de Rosalina
Ribeiro, companheira e uma das herdeiras do milionário Tomé Feteira. Em 2001
comprou a EMKA, uma das offshores do banco por três milhões de euros,
tornando-se também accionista do BPN.
Em 31 de julho, o ministério das Finanças anunciou a venda do BPN, por 40
milhões de euros, ao BIC, banco angolano de Isabel dos Santos, filha do
presidente José Eduardo dos Santos, e de Américo Amorim, que tinha sido o
primeiro grande accionista do BPN.
O BIC é dirigido por Mira Amaral, que foi
ministro nos três governos liderados por Cavaco Silva e é o mais famoso
pensionista de Portugal devido à reforma de 18.156 euros por mês que recebe
desde 2004, aos 56 anos, apenas por 18 meses como administrador da CGD.
O
Estado português queria inicialmente 180 milhões de euros pelo BPN, mas o BIC
acaba por pagar 40 milhões (menos que a cláusula de rescisão de qualquer craque
da bola) e os contribuintes portugueses vão meter ainda mais 550 milhões de
euros no banco, além dos 2,4 mil milhões que já lá foram enterrados. O governo
suportará também os encargos dos despedimentos de mais de metade dos actuais
1.580 trabalhadores (20 milhões de euros).
As relações de Cavaco Silva com antigos dirigentes do BPN foram muito
criticadas pelos seus oponentes durante a última campanha das eleições
presidenciais. Cavaco Silva defendeu-se dizendo que apenas tinha sido
primeiro-ministro de um governo de que faziam parte alguns dos envolvidos neste
escândalo.
Mas os responsáveis pela maior fraude de sempre em Portugal não
foram apenas colaboradores políticos do presidente, tiveram também negócios com
ele. Cavaco Silva também beneficiou da especulativa e usurária burla que levou
o BPN à falência. Em 2001, ele e a filha compraram (a 1 euro por acção, preço
feito por Oliveira e Costa) 255.018 acções da SLN, o grupo detentor do BPN e,
em 2003, venderam as acções com um lucro de 140%, mais de 350 mil euros. Por
outro lado, Cavaco Silva possui uma casa de férias na Aldeia da Coelha,
Albufeira, onde é vizinho de Oliveira e Costa e alguns dos administradores que
afundaram o BPN. O valor patrimonial da vivenda é de apenas 199. 469,69 euros e
resultou de uma permuta efectuada em 1999 com uma empresa de construção civil de Fernando Fantasia, accionista do
BPN e também seu vizinho no aldeamento.
Para alguns portugueses são muitas coincidências e alguns mais divertidos
consideram que Oliveira e Costa deve ser mesmo bom economista(!!!): Num ano fez
as acções de Cavaco e da filha quase triplicarem de valor e, como tal, poderá
ser o ministro das Finanças (!!??) certo para salvar Portugal na actual crise
económica. Quem sabe, talvez Oliveira e Costa ainda venha a ser condecorado em
vez de ir parar à prisão….ah,ah,ah.
O julgamento do caso BPN já começou, mas os jornais pouco têm falado nisso (???????)
Há 15 arguidos, acusados dos crimes de burla qualificada, falsificação de
documentos e fraude fiscal, mas nem sequer se sentam no banco dos réus.
Os
acusados pediram dispensa de estarem presentes em tribunal e o Ministério
Público deferiu os pedidos (????????).
Se tivessem roubado 900 euros, o mais certo era
estarem atrás das grades, deram descaminho a nove biliões e é um problema
político (?????????).
Nos EUA, Bernard Madoff, autor de uma fraude de 65 biliões de dólares, já
está a cumprir 150 anos de prisão, mas os 15 responsáveis pela falência do BPN
estão a ser julgados por juízes “condescendentes”, vão apanhar talvez pena
suspensa e ficam com o produto do roubo, já que puseram todos os bens em nome
dos filhos e netos ou pertencentes a empresas sediadas em paraísos fiscais.
Oliveira e Costa colocou as suas propriedades e contas bancárias em nome da
mulher, de quem entretanto se divorciou após 42 anos de casamento.
Se
estivéssemos nos EUA, provavelmente a senhora teria de devolver o dinheiro que
o marido ganhou em operações ilegais, mas no Portugal dos brandos costumes
talvez isso não aconteça.
Dias Loureiro também não tem bens em seu nome. Tem
uma fortuna de 400 milhões de euros e o valor máximo das suas contas bancárias
são apenas cinco mil euros. Não há dúvida que os protagonistas da fraude do BPN
foram meticulosos, preveniram eventuais consequências e seguiram a regra de
Brecht: “Melhor do que roubar um banco é fundar um”.
(Retirado do blogue Ironia de Estado
1 comentário:
This valuable editorial was very useful to read, I savored it completely. I'm about now to email it to my colleagues to permit them examine this too. Thank you really.
Ron Gallemore
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