quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Poema aos Amigos



Não posso dar-te soluções

Para todos os problemas da vida,

Nem tenho resposta
Para as tuas dúvidas ou temores,

Mas posso ouvir-te

E compartilhar contigo.


Não posso mudar

O teu passado nem o teu futuro.

Mas quando necessitares de mim

Estarei junto a ti.


Não posso evitar que tropeces,

Somente posso oferecer-te a minha mão

Para que te sustentes e não caias.


As tuas alegrias

Os teus triunfos e os teus êxitos

Não são os meus,

Mas desfruto sinceramente

Quando te vejo feliz.


Não julgo as decisões

Que tomas na vida,

Limito-me a apoiar-te,

A estimular-te

E a ajudar-te sem que me peças.


Não posso traçar-te limites

Dentro dos quais deves actuar,

Mas sim, oferecer-te o espaço

Necessário para cresceres.


Não posso evitar o teu sofrimento

Quando alguma mágoa

Te parte o coração,

Mas posso chorar contigo

E recolher os pedaços

Para armá-los novamente.


Não posso decidir quem foste

Nem quem deverás ser,

Somente posso

Amar-te como és

E ser teu amigo.


Todos os dias, penso

Nos meus amigos e amigas,

Não estás acima,

Nem abaixo nem no meio,

Não encabezas

Nem concluís a lista.

Não és o número um

Nem o número final.


E tão pouco tenho

A pretensão de ser

O primeiro

O segundo

Ou o terceiro

Da tua lista.

Basta que me queiras como amigo


Dormir feliz.

Emanar vibrações de amor.

Saber que estamos aqui de passagem.

Melhorar as relações.

Aproveitar as oportunidades.

Escutar o coração.

Acreditar na vida.

Obrigado por seres meu amigo.


Jorge Luis Borges

1 comentário:

Anónimo disse...

Muito bonito e inteligente publicar algo tão sábio como este poema, tudo tem uma razão de ser, este poema não foi criado por acaso nem "entra" na vida de cada um de igual modo, existe sempre alguém que sabe o que faz e isso faz parte da minha satisfação. Perfeito!