As embalagens são cada vez mais
utilizadas para conservar e armazenar os produtos alimentares, o problema está
na nocividade destas.
Há nomeadamente duas moléculas os
ftalatos e o bisfenol A que causam vários problemas.
O ftalato é uma classe de
substâncias químicas agregadas a uma série de produtos comuns de consumo. Em 1994,
perto de 87% de todo o ftalato produzido nos USA foi utilizado como aditivo, na
forma de plastificantes ou como agentes amaciadores de produtos de vinil ou
PVC. Plastificantes são materiais viscosos como melado que saturam a matriz
tridinensional da resina plástica, como uma esponja rija. Ela torna-se flexível
mas com o tempo estes materiais viscosos, os aditivos, gradualmente vão saindo,
fazendo a esponja ficar novamente ressequida. Os produtos de consumo de PVC, ou
vinil, amaciados podem conter mais de 40% de seu peso em ftalato. A sociedade
está largamente exposta aos ftalatos porque o PVC é um plástico amplamente
disseminado na fabricação de acessórios domésticos (por exemplo, piso, papel de
parede e outros), utensílios médicos (como cateteres, bolsas de sangue e soro),
itens infantis (mamadeiras, brinquedos para apertar, colchonetes para troca de
fraldas, mordedores) e para embalagens (filme transparente, garrafas
descartáveis).
Os ftalatos causam uma larga
série de problemas adversos à saúde, incluindo danos ao fígado, aos rins e ao
pulmão bem como anormalidades no sistema reprodutivo e o desenvolvimento
sexual. Os ftalatos são classificados como “prováveis carcinogênicos humanos”.
O bisfenol-A (BPA),
cuja formula é (CH3)2C(C6H4OH)2, é um composto utilizado na fabricação do
policarbonato, um tipo de plástico rígido e transparente. É o monômero mais
comum entre os policarbonatos empregados em embalagens de alimentos. O BPA é
também um dos componentes da resina epóxi (plástico termofixo que endurece
quando misturado a um agente catalisador ou “endurecedor”), presente por
exemplo no revestimento interno de latas para evitar a ferrugem.
Apesar do plástico ser considerado estável, já se sabe que as ligações químicas
entre as moléculas do BPA são instáveis, permitindo que o químico se desprenda
do plástico e contamine alimentos ou produtos embalados com policarbonato ou
resina epóxi. No caso de aquecimento do plástico, a contaminação por BPA é
ainda maior.
ONDE ENCONTRAMOS O BISFENOL-A?
Em grande parte das mamadeiras de plástico;
Em embalagens plásticas para acondicionar alimentos na geladeira, copos
infantis, materiais médicos e dentários;
Nos enlatados, como revestimento interno;
Em garrafas reutilizáveis de água (squeeze), garrafões de 5L;
CONSEQUÊNCIAS DO
BISFENOL A
O bisfenol-A está
presente em produtos no mercado por mais de 120 anos. Estudos demonstram que o
BPA não só é um composto omnipresente nos seres humanos (alcançou 93% da
voluntários em uma ampla pesquisa americana), mas também uma potente toxina
mesmo em doses muito baixas. A maioria das pesquisas que afirma a seguridade do
BPA foi patrocinada pela indústria que o produz.
Considerado um interferente endócrino, o químico age como alguns dos hormônios
presentes no corpo humano e pode comprometer a saúde. Estudos sugerem que a
parte mais afetada é o sistema reprodutivo, sendo fetos e bebês os mais
vulneráveis à sua exposição.
Estudos
realizados associaram o bisfenol-A a uma maior incidência de obesidade,
problemas cardíacos, diabetes, câncer na próstata e mama, puberdade precoce e
tardia, abortos, anormalidades no fígado em adultos e também problemas
cerebrais e no desenvolvimento hormonal em crianças e recém-nascidos. O químico
também foi associado a problemas sexuais em homens como a diminuição da
qualidade e da quantidade de esperma
- Trocar os
recipientes de plástico por recipientes de vidro, aço inoxidável ou
recipientes de porcelana;
- Nunca aquecer
alimentos em recipientes de plástico no microondas;
- Não usar copos de
plástico para ingerir bebidas alcoólicas;
- Ler atentamente a
embalagem dos alimentos industrializados antes de comprar para verificar a
presença de BPA no revestimento, pois muitos alimentos são tratados
térmicamente depois de embalados e no caso de alimentos como molho de
tomate a sua acidez favorece à transferência de maiores quantidades de BPA
do revestimento para o alimento.
- Verificar a
informação no fundo nos recipientes de plástico ao lado do símbolo de
reciclagem há um número que se for 3, 6 ou 7 possui maior toxicidade.
Outra opção é ligar para o fabricante e pedir informações
O Bisfenol A no plástico pode ser comparado ao
amianto que durante muitos anos era um dos componentes do cimento para
construção de casas e prédios e que passou a ser proibido quando se verificou
os males potenciais que causavam às pessoas que inalassem este componente.
A partir do dia 1 de Janeiro de 2015, o bisfenol A será definitivamente banido dos produtos de
embalagem alimentar em França.